sábado, 7 de agosto de 2010

Exorcismo (Cercas brancas e flores na varanda)

E daí que eu tenha sentido alguma coisa, qualquer coisa por você? Você não me deu a importância que eu mereço, que eu te dei. Eu devo mesmo ser muito idiota por ainda acreditar no amor. Acreditar que ainda vai acontecer comigo. Dane-se! O fato é que o que eu penso ou sinto nunca é levado em consideração. A menos, claro, quando for você no papel de vítima. Que você adora fazer. E faz muito bem, diga-se de passagem. Dane-se de novo! Espero mesmo que vocês casem. Que sejam bem felizes, os dois. Que tenham filhos lindos e saudáveis. Um labrador. Uma macieira no jardim. Uma casa linda, com cercas brancas e flores na varanda. Espero que saibam aproveitar tudo isso. O que eu quero pra mim, eu nem sei mais. Não sei se saio à procura desse tal de amor verdadeiro ou se o espero aqui mesmo, sentado. Não sei nem se esse tipo de coisa existe mesmo. Tenho ouvido falar e só. Li em poesias, vi na letra de algumas músicas, mas nunca o encontrei. Esse tal de amor deve se esconder muito bem. Pelo menos de mim. Mas, dane-se mais uma vez! Dane-se você, ele, todos! Eu quero só ser aquele ser sem coração que eu costumava ser quando era feliz. E o amor...o amor que arranje outro idiota pra iludir.

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