domingo, 22 de agosto de 2010

Chuva ou Que o amanhã me purifique

Ouça, eu não quero parecer mais triste do que estou, mas apenas me escute. Eu vim pra dizer que não vou mais estar aqui pra você. Não vou mais me preocupar em te agradar, até porque você nunca o fez por mim. Tristeza dá e passa. Eu, mais do que ninguém, sei que toda dor é passageira. É só lembrança no final. As alegrias também, é verdade. Mas o que será meu sofrimento perto da alegria que virá? Eu vim pra te deixar, enfim. Te deixar aqui e seguir em paz. Hoje você é alguém que não cabe mais em mim. Hoje você é chuva fria e densa, de uma noite escura, sombria, sozinha. Hoje você é chuva em mim. E o que eu procuro é o sol. Pra me aquecer o sangue. Pra me fazer suar. Cansei de frio. De frieza. Você sabe o que eu quero dizer. Eu vim pra dizer que eu vou-me embora. Estou deixando pra trás toda e qualquer forma de desamor. Ou de amor que nem chegou a ser amor. Quero que o amanhã me purifique. Que me lave, me livre de tudo de você que restar em mim. Hoje eu sofro, é bem verdade. Mas amanhã...amanhã eu sei que vou sorrir. Vou até amar de novo que eu sei. Quero de volta aquilo que eu nem sei mais sentir. Por isso eu vou-me embora. Esse é o nosso derradeiro encontro. E se acaso esbarrar na Alegria, diga-lhe que ainda a procuro.

Um comentário:

  1. Que esse conto seja o limite desse tal exorcismo. Como sempre, arrebenta, tá posso não ser uma crítica literária, mas eu também sou bem leiga no jogo da vida, mesmo assim escolho (muitas vezes) automaticamente o que gosto, e escolhi os teus textos pra gostar, não só os textos, mas enfim! :D aushauhsauhsuahsa
    Parabéns, doce!

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