quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Congelando

Primeiro foi o mistério. Foi o que mais me atraiu em você. Seu rosto era indecifrável, os seus olhos não me diziam absolutamente nada. Tive medo de gostar. Gostei. Depois foram as palavras. Promessas são esperança pra quem tem o coração congelado. Congelando. Me viciei em você. Vivia meus dias pensando em você. Tive medo de me apegar. Me apeguei. Por último foi a dependência. Virei dependente de você. Precisava ver seu rosto de sorriso enigmático. Precisava saber como foi seu dia, se dormiu bem, se acordou bem, se comeu bem, se pensou em mim. Nem isso eu sei. Não sei se, por algum momento, ocupei sua mente como você ocupou a minha. Você estava presente a cada minuto. Mesmo ausente você estava presente em mim. Ausente. Você nunca esteve por perto. A culpa não é sua, eu sei. A culpa não é de ninguém. Talvez minha. É, a culpa é mesmo minha. Fui eu que gostei de você, que me apeguei a você. Fui eu que me viciei em você, pensei em você a cada dia, a cada instante. A culpa é minha. Fui eu que criei você.

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