domingo, 5 de junho de 2011

Ritual.

Hoje eu senti um nojo imenso de mim. Por ter feito o que fiz, mais uma vez, mais de uma vez. Eu prometi… Porra! Eu prometi que não ia ceder aos teus encantos, aquele teu beijo maldito… Cedi. Abri mão de mim, de novo, por você. Eu queimei todas as minhas perspectivas. Tua boca queimou minha pele, e eu gostei da dor. Agora estou aqui, e este é o problema. Não sei onde é. Agora que sou livre não sei pra onde ir. Sou só, sou frio. Eu quis ser frio. Eu sou, eu sei. Tenho uma pedra de gelo no peito. Hoje eu praguejei contra nós. Gritei segredos e ofensas que nem eu mesmo esperava ouvir. Refiz promessas e rituais. Queimei teu retrato. Aquele que eu adorava. Você sorrindo, olhando fundo nos meus olhos. Teus olhos de serpente. Hoje eu te tranquei num quarto escuro, perto das tuas mentiras. Hoje eu te enterrei no quintal, te atirei ao mar. Hoje você é as palavras amargas e ressentidas que rabisquei neste pedaço de papel. Te sufoquei em mim. O ritual.

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